7 de set. de 2005

Papos estranhos sempre vêm em três

Minha amiguinha C. me contou duas histórias que aconteceram com ela logo antes de ler o post anterior.

A primeira é a do motorista de táxi (sempre eles) que a levou da Gávea à Lapa e tentou convencê-la durante toda a viagem que toda a mulher carioca deveria tomar anti-depressivos na época da menstruação. Pois -- diria ele -- vai que uma mulher é assaltada justo quando está de TPM? Aí, ao invés de reagir como deve (isto é, dar o dinheiro ou bem ao bandido), ela pode se comportar de maneira imprevisível e botar em risco a própria vida! Não consigo imaginar história que demonstre melhor o problema da auto-medicação.

A outra história é a de um trocador de ônibus que resolveu falar com ela sobre religião. Imagino o papo mais ou menos assim.

-- Mas você tem Bíblia em casa?
-- Tenho.
-- Ah, mas deve ser católica, né?
-- Olha, eu acho que sim...
-- Ah, então você tem de ler a Bíblia pro-tes-taaaaan-te!
-- Ah é, é?
-- Éééééééé...Porque assim: a Bíblia católica puxa muito pro lado dos santos [!!!], dessas coisas da Igreja católica... A protestante, não: ela só mostra a verdade!

A verdade, é claro, veio acompanhada por um gesto da mão direita com a palma voltada para baixo, cortando o ar da esquerda para a direita.

-- Ah, tá...
-- Então, a Bíblia que eu tenho é essa, ó: Bíblia Tatatá-tatatá [insira seu nome predileto aqui]...
-- Tá bom...
-- Não, anota aí porque se não você vai esquecer.
-- [C. tira o papel da bolsa cheia] Tá, pode falar.
-- Bíblia Tatatá-tatatá... Anotou?

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