18 de abr. de 2006

Polichinelo estilístico no. I

[Soneto com mui vaga inspiração em Camões]

Que vem a ser o blog: uma tormenta
que varre-me do mar da sanidade
e imprime em meu amor à humanidade
tremores de homem que não se agüenta,

o orgulho que minha pena não sustenta?
Tortura que me gera a ansiedade
de que me leia o mundo de verdade,
mas sabe que o impossível não se tenta?

O blog que me aflige e que me insultua
(pois cobra o que jamais eu cobraria
de um mundo que me dá o que mereço)

é ao mesmo tempo a versão culta
do riso que meu rosto alumia
(surpresa!) sempre que eu esmoreço.