10 de nov. de 2005

Mental boxing

Do Washington Post.

Aretha Franklin was teary-eyed, Carol Burnett was teasing, Alan Greenspan was reliably taciturn, and "The Greatest of All Time" stole the show when President Bush bestowed the Medal of Freedom on them and 10 others in a White House ceremony yesterday.

Bush, who appeared almost playful, fastened the heavy medal around Muhammad Ali's neck and whispered something in the heavyweight champion's ear. Then, as if to say "bring it on," the president put up his dukes in a mock challenge. Ali, 63, who has Parkinson's disease and moves slowly, looked the president in the eye -- and, finger to head, did the "crazy" twirl for a couple of seconds.

The room of about 200, including Cabinet secretaries, tittered with laughter. Ali, who was then escorted back to his chair, made the twirl again while sitting down. And the president looked visibly taken aback, laughing nervously.


Só para lembrar: o Ali foi preso por se recusar a participar da Guerra do Vietnã.

9 de nov. de 2005

Nova Iorque - parte 2

Um dia eu estava na fila para ir ao cinema e um sujeito veio me pedir dinheiro. Sim, dinheiro. Sim, isto acontece aqui, e -- pasmem! -- o cara parecia o Riquinho Rico com quarenta anos de vida e vinte e oito de bebedeira. Do longo monólogo do pedinte só entendi alguns trechos desconexos (a fala dele também era de quem bebia há vinte e oito anos), mas deles deduzi que ele estava com fome e frio; que ele não tinha dinheiro; e que ele fora expulso do seu abrigo porque tinham matado o seu irmão e ele tentara bater no assassino.

Talvez o leitor tenha treino específico ou até mesmo conselhos infalíveis para uma situação destas. Talvez as crianças nova-iorquinas sejam treinadas desde cedo para lidar com este tipo de situação ("Finja-se de morto e deixe que ele te fareje à vontade"). Da minha parte, eu não tinha muita idéia do que fazer. Mas não demorou muito e minha mão já tinha puxado o dinheiro da carteira, para espanto dos dois amigos que me acompanhavam e que tentavam duramente ignorar o pobre Riquinho. Ele, por sua vez, não se fez de rogado, pegou a nota, deu meia-volta e foi...

Não: ele parou depois de uns dez passos e voltou para perto de mim, o braço trêmulo esticado para a frente, a nota enrolada contra o meu peito.

--- Toma esse dinheiro de volta, porque se não eu vou levá-lo ao traficante e comprar crack!

O que faria o leitor experiente neste momento? Será que até mesmo o nova-iorquino adestrado tremeria ("Ih, acho que ele percebeu que estou respeirando!")? Eu quase ri da situação --- não me pergunte por quê --- e disse que não. Pedi e pedi e pedi que ele ficasse com a grana; disse várias vezes "God bless you" ou alguma outra coisa assim; tomei a mão dele e fechei-a em volta daquele um dólar (ou cinco dólares, sei lá) que eu tinha dado. Depois de algum tempo o sujeito ficou quieto, me olhou no fundo dos olhos de um jeito muito estranho, e foi-se embora.

Só agora no momento em que escrevo este texto é que este olhar final me parece fazer sentido. Foi decepção. Ele teve um minuto de lucidez, e desapontou-se porque eu não entendi que ele dificilmente teria outro.

8 de nov. de 2005

Deus, diz prá mim que isto foi sacanagem do cara

Comentário de um usuário do site Amazon.com sobre a gravação de Pablo Casalls para as Suítes para Violoncelo solo de Bach.

Lacks Accompaniment, June 28, 2005

Reviewer: Peter Gillette (Appleton, WI United States)

I think that Mr. Casals' playing is very fine but I was very disappointed that he chose to play these unaccompanied. Perhaps the pianist and chamber group could not be booked or miked appropriately due to the time. I was so disappointed in this production choice because the first and only other Bach cd I have, the goldberg variations by Uri Caine, blew me away: JS Bach was very ahead of his time in his use of electronic musics and freely improvised counterpoint and jazz musics, things that the rest of the "classical" world did not catch up to for another few centuries. Save your money on this one. Sorry, Pablo. I won't come to florida for you.

2 de nov. de 2005

'Não' em todas as línguas

A página da minha vida.

(Obrigado ao Mário AV, do Different Thinker pela correção: nicht virou nein.)